A economia brasileira registrou avanço de 0,5% no segundo trimestre de 2025 em relação ao primeiro, segundo dados do Monitor do PIB da FGV (Fundação Getulio Vargas). O resultado indica uma desaceleração do crescimento em comparação ao início do ano, quando o desempenho da agropecuária e o consumo das famílias haviam impulsionado a atividade econômica.
Na comparação com o mesmo período de 2024, o PIB apresentou crescimento de 2,4%, enquanto o acumulado em 12 meses ficou em 3,2%.
Setores que impulsionaram o crescimento
O avanço de 0,5% foi sustentado principalmente pelos serviços, que mostraram expansão em diversas áreas, e pela indústria extrativa, ainda que esta última tenha se concentrado em segmentos específicos, revelando menor fôlego no setor industrial como um todo.
Do lado da demanda, o destaque foi o consumo das famílias, que se manteve em alta, e as exportações, que também registraram crescimento. Por outro lado, os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo – FBCF) apresentaram retração, sinalizando um cenário mais cauteloso para expansão da capacidade produtiva.
Consumo das famílias
O consumo das famílias cresceu 1,5% no segundo trimestre, interrompendo a tendência de desaceleração observada desde o final de 2024. Esse resultado indica certa estabilidade no poder de compra, embora em ritmo mais moderado do que o visto no início do ano.
Investimentos (FBCF)
Apesar de um crescimento de 4,3% no segundo trimestre, a Formação Bruta de Capital Fixo segue em trajetória de perda de fôlego. O segmento de máquinas e equipamentos teve contribuição positiva, mas menor do que nos primeiros meses do ano. A construção civil também mostrou expansão mais fraca, reforçando o cenário de desaceleração dos investimentos.
Exportações e importações
As exportações avançaram 1,6%, impulsionadas por máquinas, intermediários e produtos da indústria extrativa. No entanto, a queda nas vendas de produtos agropecuários limitou um resultado mais robusto.
Já as importações cresceram 5,6%, puxadas principalmente pela compra de bens intermediários. A redução da entrada de bens de capital e de serviços, contudo, mostra um ritmo mais fraco em relação a 2024.
PIB em valores correntes
De acordo com o Monitor do PIB-FGV, o PIB brasileiro no primeiro semestre de 2025 está estimado em R$ 6,1 trilhões em valores correntes.
Taxa de investimento
A taxa de investimento do país foi de 18,7% do PIB no segundo trimestre, evidenciando um patamar ainda relevante, mas insuficiente para sustentar um crescimento econômico mais acelerado no longo prazo.
O que isso significa para investidores?
O cenário atual mostra uma economia que segue em expansão, mas em ritmo mais moderado. Para investidores, isso pode ter implicações importantes:
- Renda variável: setores ligados a consumo e serviços podem continuar apresentando boas oportunidades, enquanto a indústria ainda inspira cautela.
- Renda fixa: a manutenção de juros elevados segue pressionando investimentos produtivos, mas cria oportunidades para quem busca segurança e retorno previsível.
- Exportadoras: empresas ligadas a bens de capital e commodities extrativas tendem a se beneficiar do cenário externo, ainda que o agronegócio tenha perdido força.
Momento de cautela
O Monitor do PIB-FGV reforça que o Brasil continua crescendo, mas em compasso mais lento. O desafio agora é manter a expansão econômica em meio a juros elevados e a uma menor contribuição do setor agropecuário. Para investidores, o momento pede cautela na escolha de ativos, com atenção especial ao consumo interno e às exportações.
Fonte: Portal Ibre FGV