Quando o assunto é renda fixa, uma das dúvidas mais comuns entre investidores é: vale mais a pena investir em CDI ou em títulos atrelados ao IPCA+? A resposta não é tão simples quanto escolher “o mais rentável”.
O erro de olhar apenas para o passado
Um dos maiores equívocos cometidos por investidores é decidir apenas com base na rentabilidade passada. Isso acontece em diferentes situações:
- Escolher o fundo que mais rendeu no último ano.
- Abandonar um título que apresentou queda recente sem analisar o cenário.
- Trocar de instituição financeira apenas pela performance do último período.
Essa forma de investir pode custar caro. Em vez de olhar pelo “retrovisor”, o investidor deve avaliar o preço de entrada e as expectativas para o futuro.
CDI x IPCA+: quando cada um vence
CDI no curto prazo
No horizonte de curto prazo, principalmente em momentos de Selic elevada, os investimentos atrelados ao CDI oferecem maior previsibilidade. São indicados para:
- Reserva de emergência.
- Necessidade de liquidez.
- Investidores mais conservadores, que não querem enfrentar volatilidade.
IPCA+ no longo prazo
Já no longo prazo, os títulos indexados ao IPCA+ tendem a se destacar. Em janelas de 10 a 15 anos, historicamente eles superam o CDI. Isso porque, em períodos de crise econômica (como em 2015, na greve dos caminhoneiros em 2018 ou durante a pandemia de 2020), a inflação disparou e esses papéis ajudaram a proteger e multiplicar o patrimônio.
Diversificação: o verdadeiro segredo
A grande lição é que não existe um único vencedor nessa “batalha” da renda fixa. A resposta correta está na diversificação da carteira:
- CDI e Tesouro Selic para liquidez e proteção no curto prazo.
- IPCA+ e prefixados para aproveitar taxas atrativas no longo prazo.
- Ajustes de acordo com perfil de risco, objetivos e prazo de cada investidor.
Conclusão
A disputa entre CDI x IPCA+ não deve ser vista como uma guerra para escolher apenas um vencedor. O segredo está em saber quando cada ativo faz mais sentido e equilibrar a carteira conforme as necessidades do investidor.
Assim, em vez de confiar apenas na rentabilidade passada, o investidor se prepara para diferentes cenários econômicos, com uma estratégia sólida e eficiente para o futuro.
Fonte: Prof. Lucas Silva