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A Oferta Pública Inicial (IPO), sigla para Initial Public Offering, é o processo em que uma empresa abre seu capital e passa a negociar suas ações na bolsa de valores. Esse movimento marca uma nova fase no ciclo da companhia, que deixa de ser privada e se torna uma empresa de capital aberto, permitindo que investidores comprem participações e se tornem sócios.
O objetivo principal de um IPO é captar recursos para financiar novos projetos, expandir operações ou reduzir dívidas, ao mesmo tempo em que aumenta a visibilidade e o valor de mercado da empresa.
A seguir, confira o passo a passo completo de como funciona um IPO no Brasil — desde o planejamento até a precificação final das ações.
1° – Planejamento do IPO
O primeiro passo é o planejamento estratégico da oferta.
Nessa fase, a empresa escolhe a instituição financeira coordenadora (geralmente bancos de investimento) que será responsável por conduzir todo o processo.
Essas instituições atuam como intermediárias entre a empresa e o mercado, ajudando a definir o tamanho da oferta, o tipo de ação (ordinária ou preferencial), o cronograma e os documentos necessários.
Além disso, é nesse momento que a companhia avalia se realmente está pronta para abrir capital — analisando sua estrutura financeira, governança corporativa e perspectivas de crescimento.
2°– Roadshow: apresentação ao mercado
O roadshow é uma série de eventos e reuniões promovidas pela empresa, geralmente em várias cidades e países, com o objetivo de apresentar o negócio a potenciais investidores institucionais e de varejo.
Durante o roadshow, os executivos explicam o modelo de negócio, resultados financeiros e planos futuros. Essa fase é fundamental para medir o interesse do mercado e ajustar as expectativas em relação ao valor das ações.
É, em resumo, o momento em que a empresa “vende sua história” aos investidores.
3° – Registro e listagem
Após o roadshow, a empresa precisa formalizar o registro do IPO junto aos órgãos reguladores.
No Brasil, o processo envolve:
- Registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) — responsável por autorizar a oferta pública.
- Listagem na B3 (Bolsa de Valores Brasileira) — onde as ações serão negociadas.
- Aviso ao mercado — documento público informando os detalhes da oferta e o cronograma.
Somente após a aprovação da CVM e da B3 a empresa pode prosseguir para as próximas etapas.
4° – Prospecto e auditoria
Nesta etapa, é elaborado o prospecto da oferta, um documento detalhado que reúne todas as informações relevantes sobre a companhia:
- histórico e estrutura societária;
- resultados financeiros;
- riscos do negócio;
- destino dos recursos captados;
- governança corporativa;
- política de dividendos.
O prospecto é submetido à auditoria independente, garantindo que as informações apresentadas sejam transparentes e confiáveis. Essa verificação é essencial para a credibilidade do IPO e para a segurança dos investidores.
5° – Período de reserva e bookbuilding
Com a divulgação do prospecto e o registro aprovado, inicia-se o período de reserva, no qual investidores interessados podem manifestar o desejo de comprar ações.
Paralelamente, acontece o processo de bookbuilding, em que a instituição coordenadora analisa a demanda e determina o preço final das ações.
Esse preço é definido com base nas ofertas feitas pelos investidores e no interesse geral pelo papel.
Após a definição do preço, as ações são distribuídas e a empresa finalmente estreia na bolsa, marcando o início de sua trajetória como companhia de capital aberto.











