A “Falsa Renda Fixa”: entenda os riscos antes de investir

Danilo Almeida

Administração e Analista CNPI-T


Imagem: Pixabay

Quando falamos em renda fixa, o investidor normalmente associa o termo a segurança, previsibilidade e baixo risco. Porém, alguns investimentos são divulgados como renda fixa, mas não possuem as características essenciais dessa classe. Por isso, muitos especialistas os chamam de “falsa renda fixa”.

Antes de entender quais são esses investimentos, é importante relembrar o que define a renda fixa tradicional.

Características básicas

A renda fixa clássica possui três pilares fundamentais:

  • É um empréstimo: o investidor empresta dinheiro para um emissor (banco, empresa ou governo).
  • Possui vencimento definido: há uma data clara para o resgate do capital.
  • Tem taxa conhecida: no momento da aplicação, o investidor sabe como será o rendimento e consegue estimar quanto irá ganhar, desde que fique até o vencimento.

Quando essas características não estão totalmente presentes, o investimento pode até parecer renda fixa, mas não é.

1 – Investimento coletivo (crowdfunding)

Apesar de ser regulado pela CVM, o investimento coletivo não se enquadra como renda fixa.

Nesse modelo, o investidor aporta recursos em projetos, iniciativas ou empresas, esperando uma recompensa futura, participação societária ou valorização do negócio. O retorno depende diretamente do sucesso do projeto.

  • Por que parece renda fixa?
    Muitas vezes é vendido com promessa de retorno estimado ou previsões de pagamento.
  • O que ele é de fato?
    Um investimento de renda variável, pois não há garantia de retorno nem previsibilidade real.

Vantagem:

  • Potencial de alto retorno.

Desvantagem:

  • Risco elevado e possibilidade real de perder parte ou todo o capital investido.

2 – Precatórios

Os precatórios são dívidas do governo reconhecidas pela Justiça. Quem tem direito a receber esse valor no futuro pode optar por vender esse crédito hoje, com desconto (deságio), para receber o dinheiro de forma antecipada.

  • Por que parece?
    Existe um valor definido a receber no futuro.
  • Por que não é?
    O prazo de pagamento é incerto, pode sofrer atrasos e depende do orçamento público e de decisões políticas e judiciais.

Principais riscos:

  • Longos prazos de espera
  • Mudanças legais
  • Falta de liquidez

3 – Direitos musicais (royalties)

Nesse tipo de investimento, o investidor compra participações em obras musicais e passa a receber uma parte dos royalties gerados pelas músicas.

  • Por que parece?
    Pode gerar pagamentos recorrentes.
  • Por que não é?
    Os rendimentos variam conforme a popularidade da música, uso em plataformas digitais, shows e mudanças no mercado cultural.

Risco principal:

  • O retorno não é previsível e pode cair com o tempo.

4 – Créditos digitais (tokens)

Os créditos digitais são apresentados como títulos de renda fixa, mas tokenizados e registrados em blockchain. Aqui, a atenção precisa ser redobrada.

  • O que pode confundir o investidor:
    Alguns tokens representam de fato dívidas estruturadas, enquanto outros apenas simulam esse formato.
  • Pontos de atenção importantes:
    • Nem todo token é renda fixa de verdade
    • É essencial analisar o que está dentro do token
    • Normalmente não contam com a proteção do FGC

Esse tipo de investimento pode ou não ser renda fixa, dependendo da estrutura, do lastro e do emissor.

Esses investimentos são golpe?

Não. Não são golpes, mas também não devem ser confundidos com a renda fixa tradicional. O problema está na comunicação e na expectativa criada no investidor.

Eles podem fazer sentido para perfis mais arrojados, desde que o investidor:

Entenda os riscos

Saiba que o retorno não é garantido

Não trate esses ativos como substitutos de CDBs, Tesouro Direto ou outros títulos clássicos.

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