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O Brasil segue como destino estratégico para investidores internacionais. Segundo o Censo de Capitais Estrangeiros do Banco Central (BC), divulgado em setembro de 2024, o país registrou um estoque recorde de US$ 1,141 trilhão em Investimento Estrangeiro Direto (IED), equivalente a 46,6% do PIB nacional. Esse é o maior percentual já contabilizado na história.
Como é composto o investimento estrangeiro no Brasil
O levantamento do BC divide o investimento estrangeiro em duas partes principais:
- Participação no capital social: US$ 884,8 bilhões em quase 19 mil empresas (sócios e acionistas);
- Operações intercompanhia: US$ 256,4 bilhões em empréstimos e financiamentos entre empresas do mesmo grupo econômico.
Principais países investidores
Os Estados Unidos ocupam a liderança como maior origem de capital estrangeiro no Brasil, mesmo após a adoção de tarifas de até 50% sobre exportações brasileiras em agosto. Confira os principais países investidores, segundo o BC:
- Estados Unidos: US$ 244,7 bi (28%)
- Países Baixos: US$ 145,5 bi (16%)
- Luxemburgo: US$ 79,2 bi (9%)
- França: US$ 63,3 bi (7%)
- Espanha: US$ 61,0 bi (7%)
- Reino Unido: US$ 31,0 bi (4%)
- Japão: US$ 27,8 bi (3%)
- Alemanha: US$ 21,9 bi (2%)
- Canadá: US$ 21,1 bi (2%)
- Ilhas Cayman: US$ 20,7 bi (2%)
O papel dos paraísos fiscais
De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, a lista considera o “investidor imediato”, ou seja, a empresa diretamente dona da operação no Brasil.
Na prática, muitas companhias centralizam seus recursos em países com menor carga tributária, como Luxemburgo e Ilhas Cayman, antes de investir no Brasil. Esses destinos aparecem no ranking por serem utilizados como intermediários financeiros, apesar do capital muitas vezes ter origem em outras nações.
Quando o BC analisa apenas o controlador final do investimento, o ranking muda:
- Estados Unidos: US$ 232,8 bi (26%)
- França: US$ 69,3 bi (8%)
- Uruguai: US$ 58,4 bi (7%)
- Espanha: US$ 50,0 bi (6%)
- Países Baixos: US$ 48,6 bi (5%)
Setores que mais recebem capital estrangeiro
O estudo também revela quais setores da economia brasileira são os mais atrativos para os investidores:
- Serviços: 59%
- Indústria: 29%
- Agropecuária e extrativismo mineral: 12%
Entre as atividades que mais captam recursos destacam-se:
- Serviços financeiros e auxiliares: 22%
- Extração de petróleo e gás: 8%
- Comércio (exceto veículos): 7%
- Energia elétrica, gás e utilidades: 5%
- Produtos químicos: 4%
- Indústria automotiva: 4%
No caso dos Estados Unidos, o destino do investimento mostra uma divisão clara:
- 25% para a indústria de transformação;
- 22% para atividades financeiras, seguros e serviços correlatos.
O Brasil se consolida como um dos maiores receptores de capital estrangeiro do mundo, com destaque para os Estados Unidos como principal investidor. O movimento reforça a confiança internacional na economia brasileira, mesmo em um cenário global de incertezas.
Fonte: Agência Brasil











