O que são as ações ordinárias?
As ações ordinárias (ON), que terminam com o número 3 em seu código, são frações de propriedade emitidas por empresas, conferindo aos seus detentores, conhecidos como acionistas, uma série de direitos e responsabilidades. Um dos principais aspectos das ações ordinárias é que elas permitem a participação ativa dos acionistas nas decisões da empresa, principalmente por meio do direito a voto nas assembleias. Esse direito permite aos acionistas influenciarem as diretrizes da companhia, desde a eleição de diretores até a aprovação de propostas de fusões ou aquisições.
Além disso, os acionistas têm a possibilidade de receber dividendos, que são parcelas dos lucros distribuídas pela empresa. No entanto, o pagamento de dividendos não é garantido e pode variar de acordo com os resultados financeiros da empresa e a decisão da gestão. Essa característica faz com que os investidores assumam um risco maior, mas também lhes dá a possibilidade de usufruir de um crescimento significativo de capital a longo prazo.
As empresas podem emitir 100% de ações desse tipo. Outro aspecto relevante está relacionado às suas implicações em caso de liquidação da empresa: após o pagamento de todas as obrigações e dívidas, os acionistas ordinários são os últimos a receber qualquer valor remanescente, o que evidencia o nível de risco associado a esse tipo de investimento.
Exemplos de ações ON: PSSA3, SAPR3 e BBAS3.
Ações preferenciais: Características
As ações PN apresentam características específicas, como a preferência na distribuição de dividendos. Isso significa que, quando a empresa decide distribuir lucros, os detentores de ações preferenciais têm prioridade sobre os acionistas ordinários. Essa estrutura é bastante valorizada por investidores, e esse tipo de ação normalmente apresenta maior liquidez. Outra preferência ocorre no caso de dissolução da empresa: caso o negócio se encerre, após o pagamento de suas dívidas, o valor remanescente é distribuído entre os acionistas preferenciais.
As empresas, ao emitirem suas ações, devem estar cientes de que só podem emitir, no máximo, 50% em PNs. Essa regra visa proporcionar mais segurança aos acionistas, pois, se fosse possível emitir apenas ações preferenciais, os controladores poderiam tomar decisões sem a devida participação dos acionistas ordinários, alterando o rumo da empresa sem equilíbrio de poder.
Vale lembrar que essas ações não dão direito a voto, exceto em casos específicos. Esse direito pode ser garantido se, após três exercícios consecutivos, a empresa não distribuir dividendos — uma medida de proteção aos acionistas preferenciais. É comum que o final do código dessas ações seja o número 4, mas também podem ser de outras classes, como 5, 6, 7 e 8. Para mais detalhes, é necessário consultar o estatuto da empresa.
Exemplos de ações PN: ITUB4, PETR4, USIM5 e BRSR6.
Units: Uma combinação de ações ordinárias e preferenciais
As Units são certificados de depósito de ações e surgem como uma combinação de ações ordinárias e preferenciais dentro de um único pacote. Ou seja, quando o investidor adquire uma Unit, está comprando os dois tipos de ações mencionados anteriormente. Para mais detalhes sobre a quantidade de ações e o código de negociação, consulte a imagem abaixo.
Imagem: B3
Considerações finais
A compreensão de cada tipo de ação é fundamental para tomar decisões no mercado de Bolsa. Ações ordinárias, que conferem direito a voto, são uma escolha popular entre aqueles que buscam envolvimento ativo nas assembleias da empresa. Já as preferenciais não necessariamente devem dar só preferência na remuneração dos sócios; elas podem oferecer 10% de dividendos a mais que as ON, dividendos de no mínimo 25% e tag along de 80%. A escolha sempre vai depender do seu objetivo.