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No universo das ações, o Dividend yield (DY) é um dos indicadores mais conhecidos e também um dos mais mal interpretados pelos investidores iniciantes. Esse indicador representa a relação entre o valor dos dividendos pagos por uma empresa e o preço atual de suas ações, sendo expresso em percentual. Em outras palavras, o DY mostra o quanto uma ação retorna em dividendos em comparação ao seu preço de mercado.
Apesar de ser útil para identificar empresas que pagam bons dividendos, analisar ações apenas com base no Dividend yield é um erro comum e perigoso. Um DY alto nem sempre significa que a empresa é lucrativa ou saudável financeiramente. Em muitos casos, o indicador pode estar elevado justamente porque o preço da ação caiu, refletindo problemas operacionais, aumento de dívidas ou perda de competitividade.
Para realizar uma análise mais completa e fundamentada, o investidor deve combinar o Dividend Yield com outros indicadores fundamentalistas. Entre os mais relevantes, destacam-se:
- P/VP (Preço sobre Valor Patrimonial): mostra se a ação está sendo negociada acima ou abaixo do valor patrimonial da empresa. Um P/VP muito alto pode indicar sobrevalorização, enquanto um muito baixo pode apontar problemas ou oportunidade, dependendo do contexto. O normalmente aceitável é um valor de até 1,5. Alguns investidores aceitam pagar até 50% a mais do que vale a empresa.
- Margem líquida e margem financeira: avaliam a eficiência da empresa em gerar lucro sobre sua receita. Empresas com margens consistentes tendem a ter maior capacidade de sustentar dividendos ao longo do tempo.
- ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido): mede a rentabilidade da empresa em relação ao capital investido pelos acionistas. Um ROE alto e estável é sinal de boa gestão e rentabilidade.
- Endividamento: é fundamental observar a relação entre dívida e patrimônio. Empresas muito alavancadas podem comprometer o pagamento de dividendos em períodos de instabilidade econômica.
Portanto, usar o Dividend yield isoladamente pode levar o investidor a conclusões equivocadas sobre a real qualidade de um ativo. O ideal é construir uma análise fundamentada e equilibrada, levando em conta múltiplos indicadores e o contexto econômico da empresa.











